Formação Histórica
As peculiaridades geográficas da área onde atualmente se encontra o Estado do Rio Grande do Sul, dividido em 11 diferentes regiões fisiográficas, influíram para retardar a ocupação da terra pelo conquistador europeu. Passado um século do descobrimento do Brasil, ocorrido em 1500, a região era quase inteiramente desconhecida pelos portugueses. Seus campos eram ocupados por três grupos indígenas: o Gê ou Tapuia (onde se encontram remanescentes caingangues), que ocupava a região de "Cima da Serra", onde hoje se encontram os municípios de Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Vacaria, Bom Jesus e São Francisco de Paula; o Pampeano (Charrua, Minuano), que vivia no pampa gaúcho e uruguaio (campos de vegetação baixa, propícios à criação de gado); e o Guarani, que ocupava o litoral, nas margens da Lagoa dos Patos e nas vizinhanças dos grandes rios.As Missões Guaranis
Partir de 1626, padres jesuítas espanhóis começaram a fundar reduções ou missões (aldeias orientadas pela religião católica, onde os índios viviam de acordo com os princípios da cultura ocidental, em comunidades organizadas pelos missionários jesuítas) na região oeste do território hoje pertencente ao sul do Brasil, ao Uruguai e à Argentina. Durante todo o século XVII ocorreram conflitos freqüentes entre índios e bandeirantes. Os primeiros tinham apoio dos missionários jesuítas, que desejavam convertê-los e civilizá-los. Em função desse apoio, diversas missões foram criadas e destruídas, tendo os índios sido, por vezes, submetidos a períodos de exílio forçado de suas terras originais.
No final do século XVII e princípios do século XVIII, os índios iniciaram um retorno gradual às terras que antes lhes pertenciam, sempre com o apoio dos jesuítas. Foram criados nesse período, sete povoados, que ficaram conhecidos como os "sete povos das missões". A etnia desses povos era variada, predominando traços dos guaranis. O Governo de cada aldeia imitava a organização das cidades coloniais espanholas, sendo a sociedade dividida em classes, segundo o ofício.
Artistas eméritos eram considerados em plano social superior, com prerrogativas quase de nobreza. A agricultura era exercida coletivamente, não havendo propriedade particular. Os instrumentos agrícolas utilizados também pertenciam à coletividade. O gado, fator primordial para o sustento dessas populações, era criado em campos (vacarias) afastados das aldeias, onde existiam boas condições climáticas e gramíneas de alto poder alimentício. Criavam também cavalos, ovelhas, cabras, galinhas, porcos etc. Dada a facilidade de aprendizagem, não houve problemas em ensinar aos índios as artes mecânicas em "oficinas" onde aprendizes trabalhavam sob a orientação de um "mestre".
Todos os artífices trabalhavam para a comunidade e viviam da produção da comunidade. Extraía-se a erva-mate e madeira, praticava-se a metalurgia e se criava gado. Tendo aprendido a fazer mudas, os índios plantaram grandes ervais nas proximidades dos povoados. Com a madeira extraída, executavam obras de arte, especialmente peças sacras, como imagens, candelabros etc. Os "sete povos" eram formados pelas aldeias de São Francisco Borja (1682); São Nicolau (1687); São Luiz Gonzaga (1687); São Miguel Arcanjo (1687); São Lourenço Mártir (1690); São João Batista (1697); e Santo Ângelo Custódio (1707), município onde hoje podem ser encontradas as ruínas da igreja de São Miguel, conjunto tombado pela Organização das Nações Unidas - ONU, como patrimônio histórico da humanidade.
Enquanto floresciam os sete povos no oeste, o litoral era aos poucos ocupado pela penetração portuguesa. Em 1680 foi criada a colônia de Sacramento, às margens do rio da Prata (hoje cidade de Colonia no Uruguai). Fundada como local de contrabando, tornou-se um dos centros da guerra de fronteiras travada entre portugueses e espanhóis durante todo o século XVIII. Em 1726, os espanhóis fundaram a cidade de Montevidéu, a leste de Sacramento, também na margem esquerda do Prata, para diminuir a influência de Portugal na região e ampliar o controle da navegação no Prata. Depois de várias tentativas para conquistar Montevidéu, os portugueses fundaram o Forte Jesus Maria José, em 1737, atual cidade de Rio Grande, em território brasileiro.
Os conflitos se encerraram apenas em 1777, com a assinatura do Tratado de Santo Ildefonso, entre Portugal e Espanha, pelo qual ficou garantida a soberania espanhola sobre Sacramento e a posse de Rio Grande pelos portugueses. A região hoje correspondente ao Estado do Rio Grande do Sul teve sua fronteira definida apenas em 1801, após a assinatura do "Tratado de Badajoz".A partir de 1824, começaram a chegar levas de imigrantes alemães para a região, o que diversificou a economia, antes baseada nas grandes estâncias de gado de corte. Os imigrantes instalaram-se em pequenas propriedades rurais, com produção agrícola diversificada, que passou a abastecer o Estado e ser exportada para as regiões vizinhas.
No século XIX, ocorreram ainda várias rebeliões no Rio Grande do Sul. A mais longa delas foi a Guerra dos Farrapos, produto de divergências entre defensores de ideais republicanos e federalistas. Durou dez anos (1835-45). A pacificação do Estado, após outras lutas civis, só ocorreu a partir de 1928, com o Governo de Getúlio Vargas, que mais tarde viria a ser presidente do Brasil.Origem do nome
Rio Grande do Sul: Primeiramente conhecido como Rio Grande de São Pedro. A Barra do Rio Grande de São Pedro, foi um ponto geográfico estratégico para a fixação do domínio lusitano no sul do país. Local ideal para que lá se instalasse um reduto militar com acesso marítimo ao interior pelo canal Rio Grande que liga a lagoa dos Patos ao oceano.Fonte: mre.gov.br
Rio Grande do Sul
terça-feira, 30 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
Flora
Rio Grande, o ponto de encontro dos animais
Quem viaja pelo Rio Grande percebe facilmente a variação de suas paisagens: são praias e lagoas no litoral, escarpas na Serra Geral, pampas ao Sul, florestas (poucas) nas margens do rio Uruguai, campos em cima da Serra. Mas o que muitos não entendem é a importância dessa multiplicidade. O Rio Grande é o ponto de encontro entre os dois grandes reinos de flora e fauna da América do Sul, ensinam os pesquisadores.
Para se entender a importância dessa diversidade, é preciso, primeiro, compreender a divisão da flora e fauna do mundo. De acordo com os aspectos climáticos, geológicos, de plantas e animais, os especialistas em biogeografia - ciência que estuda a distribuição da vida sobre o globo terrestre - dividiram o mundo em diferentes reinos. A América do Sul encontra-se no chamado "Reino Neotropical". Dentro dele, existem diversas regiões que, por sua vez, são divididas em sub-regiões ou províncias, em função de suas características de fauna e flora.
O Brasil se encontra, quase todo, na região conhecida como Guiano-Brasileira, em que, de modo geral, predomina o clima tropical. A outra grande região da América do Sul é a Andino-Patagônica, de clima temperado. O Rio Grande do Sul está justamente na área de encontro dessas duas regiões. Isto faz com que, em seu território, possam ser encontrados exemplares de fauna e flora das duas áreas, e de diversas sub-regiões de cada uma delas.
Através de diferentes regiões do Estado, penetram elementos faunísticos muito importantes. Um exemplo é a região do Alto Uruguai. Ela está próxima da bacia do rio Paraná, em que há um tipo de mata intermediária entre a típica de zona tropical (da Amazônia) e a temperada. Essa mata é como um corredor, que serve para os répteis e para todos os outros animais.
Através dele chegam várias espécies ao Noroeste do Estado (Alto Uruguai), o que torna aquela região um destacado ponto de entrada de fauna. Daí a importância do Parque Florestal Estadual do Turvo - no município de Derrubadas -, pois está nessa área.
No Litoral se destaca um outro ponto. Na altura de Torres está a parte mais meridional da Mata Atlântica brasileira que, com raras exceções, já foi quase que totalmente destruída (nesta mesma página, outros artigos mostram isso em detalhes). Há, ali, uma fauna riquíssima em plena extinção. É uma das zonas mais ricas em répteis, mas não dá para saber o total de espécies. Essa fauna é endêmica da Mata Atlântica, não pode viver em outras áreas.
Enquanto isso, diversas regiões do Estado recebem outras contribuições. Pela região das Missões penetram, ainda que escassamente, elementos faunísticos vindos do Chaco (na Argentina). Pela área ao Sul do Estado, vêm animais da região pampeana.
Considerando todas as contribuições de fauna (e flora) que chegam ao Rio Grande, pode-se dizer que, em menor ou maior escala, encontram-se no Estado elementos de cinco sub-regiões. A mais presente é a fauna da chamada província Guarani, em que se encontra boa parte da área gaúcha. Essa é uma zona de transição entre a região Guiano-Brasileira e a Andino-Patagônica, e inclui paisagens muito diversificadas, como florestas, savanas e estepes. É formada pelo Paraguai, Sul do Brasil, Uruguai e Nordeste argentino.
Em segundo lugar destaca-se a província Tupi, que é, justamente, a região de Mata Atlântica. A fauna dessa área atinge o Estado pelo litoral. Em terceiro lugar está a província Boróro, formada pela área de savanas e estepes do Norte do Chaco e dos campos cerrados do Brasil Central, que chega ao Rio Grande pela bacia do Paraná. Pelo Noroeste do Estado chegam, também, alguns elementos da área amazônica, província chamada de Hylea. Eles vêm através da ligação da bacia do Amazonas com a do Paraná.
Por último, tem-se a fauna proveniente das regiões mais meridionais, da província pampeana, onde predominam as estepes características da região costeira e central da Argentina.
Essa "geografia dos animais" é válida, entretanto, apenas para animais terrestres e aquáticos de água doce, com exceção dos peixes, cuja dispersão está ligada às bacias hidrográficas. Pode-se dizer que esse esquema vale para mamíferos, répteis, moluscos e vários grupos de insetos. Não pode ser utilizado, contudo, no caso de aves, que voam e que, portanto, têm uma mobilidade muito maior.
Mas, para as aves, o Rio Grande do Sul também é uma área de grande importância. Afinal, é etapa obrigatória no processo de movimentação de várias espécies, quer do Hemisfério Norte, quer do Sul. Especialmente na época do outono, quando as migrantes dos dois continentes se encontram. As praias, lagoas e banhados do Estado ficam cheios de visitantes vindos dos mais diversos pontos: são batuíras que estão indo para a tundra ártica, maçaricos que regressarão para o Uruguai, marrecões que são originários da Argentina.
Algumas dessas aves terminaram por se aclimatar no Estado e, de visitantes, passaram a moradoras fixas. É o caso de alguns cisnes-do-pescoço-preto, que vêm da Patagônia. A maioria deles regressa para aquela região, mas alguns preferem desfrutar do conforto da Estação Ecológica do Taim.
Muitas dessas aves migratórias aproveitam as praias do Rio Grande para se alimentarem de mariscos, e assim se reabastecerem para prosseguir viagem. E é diante das praias que se dá um outro encontro, também vital para o clima e a fauna marinhas. Nas costas do Rio Grande encontram-se a corrente quente do Brasil e a corrente fria das Malvinas. A primeira predomina no verão, a segunda no inverno. Isto faz com que as águas gaúchas possam abrigar, alternadamente, peixes de espécies de águas temperadas ou de águas quentes.
Quem viaja pelo Rio Grande percebe facilmente a variação de suas paisagens: são praias e lagoas no litoral, escarpas na Serra Geral, pampas ao Sul, florestas (poucas) nas margens do rio Uruguai, campos em cima da Serra. Mas o que muitos não entendem é a importância dessa multiplicidade. O Rio Grande é o ponto de encontro entre os dois grandes reinos de flora e fauna da América do Sul, ensinam os pesquisadores.
Para se entender a importância dessa diversidade, é preciso, primeiro, compreender a divisão da flora e fauna do mundo. De acordo com os aspectos climáticos, geológicos, de plantas e animais, os especialistas em biogeografia - ciência que estuda a distribuição da vida sobre o globo terrestre - dividiram o mundo em diferentes reinos. A América do Sul encontra-se no chamado "Reino Neotropical". Dentro dele, existem diversas regiões que, por sua vez, são divididas em sub-regiões ou províncias, em função de suas características de fauna e flora.
O Brasil se encontra, quase todo, na região conhecida como Guiano-Brasileira, em que, de modo geral, predomina o clima tropical. A outra grande região da América do Sul é a Andino-Patagônica, de clima temperado. O Rio Grande do Sul está justamente na área de encontro dessas duas regiões. Isto faz com que, em seu território, possam ser encontrados exemplares de fauna e flora das duas áreas, e de diversas sub-regiões de cada uma delas.
Através de diferentes regiões do Estado, penetram elementos faunísticos muito importantes. Um exemplo é a região do Alto Uruguai. Ela está próxima da bacia do rio Paraná, em que há um tipo de mata intermediária entre a típica de zona tropical (da Amazônia) e a temperada. Essa mata é como um corredor, que serve para os répteis e para todos os outros animais.
Através dele chegam várias espécies ao Noroeste do Estado (Alto Uruguai), o que torna aquela região um destacado ponto de entrada de fauna. Daí a importância do Parque Florestal Estadual do Turvo - no município de Derrubadas -, pois está nessa área.
No Litoral se destaca um outro ponto. Na altura de Torres está a parte mais meridional da Mata Atlântica brasileira que, com raras exceções, já foi quase que totalmente destruída (nesta mesma página, outros artigos mostram isso em detalhes). Há, ali, uma fauna riquíssima em plena extinção. É uma das zonas mais ricas em répteis, mas não dá para saber o total de espécies. Essa fauna é endêmica da Mata Atlântica, não pode viver em outras áreas.
Enquanto isso, diversas regiões do Estado recebem outras contribuições. Pela região das Missões penetram, ainda que escassamente, elementos faunísticos vindos do Chaco (na Argentina). Pela área ao Sul do Estado, vêm animais da região pampeana.
Considerando todas as contribuições de fauna (e flora) que chegam ao Rio Grande, pode-se dizer que, em menor ou maior escala, encontram-se no Estado elementos de cinco sub-regiões. A mais presente é a fauna da chamada província Guarani, em que se encontra boa parte da área gaúcha. Essa é uma zona de transição entre a região Guiano-Brasileira e a Andino-Patagônica, e inclui paisagens muito diversificadas, como florestas, savanas e estepes. É formada pelo Paraguai, Sul do Brasil, Uruguai e Nordeste argentino.
Em segundo lugar destaca-se a província Tupi, que é, justamente, a região de Mata Atlântica. A fauna dessa área atinge o Estado pelo litoral. Em terceiro lugar está a província Boróro, formada pela área de savanas e estepes do Norte do Chaco e dos campos cerrados do Brasil Central, que chega ao Rio Grande pela bacia do Paraná. Pelo Noroeste do Estado chegam, também, alguns elementos da área amazônica, província chamada de Hylea. Eles vêm através da ligação da bacia do Amazonas com a do Paraná.
Por último, tem-se a fauna proveniente das regiões mais meridionais, da província pampeana, onde predominam as estepes características da região costeira e central da Argentina.
Essa "geografia dos animais" é válida, entretanto, apenas para animais terrestres e aquáticos de água doce, com exceção dos peixes, cuja dispersão está ligada às bacias hidrográficas. Pode-se dizer que esse esquema vale para mamíferos, répteis, moluscos e vários grupos de insetos. Não pode ser utilizado, contudo, no caso de aves, que voam e que, portanto, têm uma mobilidade muito maior.
Mas, para as aves, o Rio Grande do Sul também é uma área de grande importância. Afinal, é etapa obrigatória no processo de movimentação de várias espécies, quer do Hemisfério Norte, quer do Sul. Especialmente na época do outono, quando as migrantes dos dois continentes se encontram. As praias, lagoas e banhados do Estado ficam cheios de visitantes vindos dos mais diversos pontos: são batuíras que estão indo para a tundra ártica, maçaricos que regressarão para o Uruguai, marrecões que são originários da Argentina.
Algumas dessas aves terminaram por se aclimatar no Estado e, de visitantes, passaram a moradoras fixas. É o caso de alguns cisnes-do-pescoço-preto, que vêm da Patagônia. A maioria deles regressa para aquela região, mas alguns preferem desfrutar do conforto da Estação Ecológica do Taim.
Muitas dessas aves migratórias aproveitam as praias do Rio Grande para se alimentarem de mariscos, e assim se reabastecerem para prosseguir viagem. E é diante das praias que se dá um outro encontro, também vital para o clima e a fauna marinhas. Nas costas do Rio Grande encontram-se a corrente quente do Brasil e a corrente fria das Malvinas. A primeira predomina no verão, a segunda no inverno. Isto faz com que as águas gaúchas possam abrigar, alternadamente, peixes de espécies de águas temperadas ou de águas quentes.
Geografia
Localização
O Hino Rio-Grandense
Liberdade, igualdade e humanidade
Sabe-se que o lema escrito na bandeira do estado, tanto quanto os símbolos, estão diretamente ligados à Maçonaria, haja vista que a elite gaúcha militar e política à época da Guerra dos
Localizado no extremo sul do País.Limites:Norte : Estado de Santa CatarinaLeste : Oceano AtlânticoSul : UruguaiOeste : Argentina.
Predomina no Estado do Rio Grande do Sul o clima sub-tropical, sendo que na região do Planalto Serrano o clima é sub-tropical de altitude, com temperaturas médias inferiores a 20º C e chuvas abundantes, regularmente distribuídas. Devido à latitude, na região do Pampa Gaúcho as médias térmicas são inferiores a 18º C e as chuvas são relativamente escassas. A Região Lagunar do litoral caracteriza-se pela escassez de chuvas.
Os rios que banham o Estado pertencem à bacia do Prata e o principal deles é o rio Uruguai, formado pela junção dos rios Canoas e Pelotas, na divisa do Estado do Rio Grande do Sul com o Estado de Santa Catarina. Destacam-se ainda os rios Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí e Camacuã.
A vegetação do Rio Grande do Sul é classificada em florestal e não-florestal. Considera-se vegetação florestal aquela, ombrófila ou estacional, cujas formações são constituídas por comunidades arbóreas mais ou menos estáveis e compatíveis com o clima atual. São consideradas vegetação não-florestal todos os demais tipos de formações, que por diversas causas não alcançaram os níveis de desenvolvimento e organização tidos como em equilíbrio com o clima. Trata-se de vegetação xeromorfa e xerofítica e das formações pioneiras.
Hino do Rio Grande do Sul
Predomina no Estado do Rio Grande do Sul o clima sub-tropical, sendo que na região do Planalto Serrano o clima é sub-tropical de altitude, com temperaturas médias inferiores a 20º C e chuvas abundantes, regularmente distribuídas. Devido à latitude, na região do Pampa Gaúcho as médias térmicas são inferiores a 18º C e as chuvas são relativamente escassas. A Região Lagunar do litoral caracteriza-se pela escassez de chuvas.
Os rios que banham o Estado pertencem à bacia do Prata e o principal deles é o rio Uruguai, formado pela junção dos rios Canoas e Pelotas, na divisa do Estado do Rio Grande do Sul com o Estado de Santa Catarina. Destacam-se ainda os rios Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí e Camacuã.
A vegetação do Rio Grande do Sul é classificada em florestal e não-florestal. Considera-se vegetação florestal aquela, ombrófila ou estacional, cujas formações são constituídas por comunidades arbóreas mais ou menos estáveis e compatíveis com o clima atual. São consideradas vegetação não-florestal todos os demais tipos de formações, que por diversas causas não alcançaram os níveis de desenvolvimento e organização tidos como em equilíbrio com o clima. Trata-se de vegetação xeromorfa e xerofítica e das formações pioneiras.
Hino do Rio Grande do Sul
O Hino Rio-Grandense
O hino oficial do estado do Rio Grande do Sul. Tem letra de Francisco Pinto da Fontoura, música de Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e harmonização de Antônio Corte Real. A obra original possuía uma estrofe que foi suprimida, além de uma repetição do estribilho, pelo mesmo dispositivo legal que a oficializou como hino do estado - A lei nº 5.213, de 5 de Janeiro de 1966.
Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o vinte de setembro
O precursor da liberdade
Refrão
Mostremos valor constância
Nesta ímpia injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Refrão
Fonte: coralx.ufsm.br
Fonte: coralx.ufsm.br
A bandeira do Rio Grande do Sul tem sua origem nos desenhos de rebeldes durante a Guerra dos Farrapos, em 1835, mas sem o brasão de armas até então. Sua autoria é controversa; alguns apontam Bernardo Pires, enquanto outros apontam José Mariano de Mattos. A bandeira foi oficializada como bandeira do estado em 5 de janeiro de 1966, já com o brasão de armas na parte central.
Significados das cores da bandeira
Não há um consenso sobre o significado das cores da bandeira riograndense. Algumas fontesalegam que as cores simbolizam o auriverde do Brasil separado pelo vermelho da guerra. Há outras que afirmam ser a bandeira uma combinação do rubroverde da bandeira Portuguesa com o aurivermelho da bandeira espanhola, o que faria todo o sentido em uma região de fronteira entre essas duas potências coloniais; há que se salientar, todavia, que à época da Revolução Farroupilha, as cores nacionais de Portugal eram o alviceleste, símbolo da monarquia, e que só mudaria para o rubroverde mais de meio século depois.
A versão mais aceita é de que o verde e o amarelo representa o Brasil e a faixa vermelha representa o sangue, a república e a liberdade. Portanto, está no meio do verde e do amarelo para demonstrar a separação do Rio Grande do resto do País.
Não há um consenso sobre o significado das cores da bandeira riograndense. Algumas fontesalegam que as cores simbolizam o auriverde do Brasil separado pelo vermelho da guerra. Há outras que afirmam ser a bandeira uma combinação do rubroverde da bandeira Portuguesa com o aurivermelho da bandeira espanhola, o que faria todo o sentido em uma região de fronteira entre essas duas potências coloniais; há que se salientar, todavia, que à época da Revolução Farroupilha, as cores nacionais de Portugal eram o alviceleste, símbolo da monarquia, e que só mudaria para o rubroverde mais de meio século depois.
A versão mais aceita é de que o verde e o amarelo representa o Brasil e a faixa vermelha representa o sangue, a república e a liberdade. Portanto, está no meio do verde e do amarelo para demonstrar a separação do Rio Grande do resto do País.
Liberdade, igualdade e humanidade
Sabe-se que o lema escrito na bandeira do estado, tanto quanto os símbolos, estão diretamente ligados à Maçonaria, haja vista que a elite gaúcha militar e política à época da Guerra dos
Farrapos era, em sua maioria, maçônica.
O Brasão foi adotado pelo Decreto estadual nº 5.213, de 5 de Janeiro de 1966, mesmo decreto que instituiu o Hino e a Bandeira do Estado.
O Brasão do estado do Rio Grande do Sul, possui uma elipse vertical em pano branco, onde está inserido o Brasão. Circundado por um lenço nas cores do Estado. Sob o brasão, Lê-se o lema "Liberdade, Igualdade, Humanidade". Lema esse que tem origem na Maçonaria e na Revolução Francesa. No centro está um barrete frígio, um símbolo republicano desde a queda da Bastilha.
O Brasão rio-grandense é o mesmo da época dos farrapos com algumas pequenas modificações. Por isso possui a inscrição "República Rio-Grandense", junto com a data do início da Revolução Farroupilha, 20 de setembro de 1835, data amplamente comemorada no Estado.Acredita-se que foi desenhado originalmente pelo padre Hidelbrando e em arte final pelo Major Bernardo Pires.
O Brasão do estado do Rio Grande do Sul, possui uma elipse vertical em pano branco, onde está inserido o Brasão. Circundado por um lenço nas cores do Estado. Sob o brasão, Lê-se o lema "Liberdade, Igualdade, Humanidade". Lema esse que tem origem na Maçonaria e na Revolução Francesa. No centro está um barrete frígio, um símbolo republicano desde a queda da Bastilha.
O Brasão rio-grandense é o mesmo da época dos farrapos com algumas pequenas modificações. Por isso possui a inscrição "República Rio-Grandense", junto com a data do início da Revolução Farroupilha, 20 de setembro de 1835, data amplamente comemorada no Estado.Acredita-se que foi desenhado originalmente pelo padre Hidelbrando e em arte final pelo Major Bernardo Pires.
Hidrografia
No Rio Grande do Sul distingue-se, basicamente, dois grupos de cursos d'água, os que correm para o Atlântico e os que correm para o Rio Uruguai.
A região do Planalto Médio, hidrograficamente pertence à bacia do Rio Uruguai, embora as nascentes dos Rios Taquari e Jacuí originam-se nessa região (VIEIRA, 1984).
A Bacia Hidrográfica do Uruguai, ocupando uma área de 178.235 km2 está representada pelo Rio Uruguai, seus formadores e afluentes até a confluência com o Rio Quaraí, na fronteira do Brasil com o Uruguai. O Rio Uruguai, bem como seus afluentes, a montante de Porto Lucena (RS), está muito encaixado, apresentando-se sinuoso e com curvas meandrantes. Apresenta, também, dois estreitamentos no leito, um a jusante de Marcelino Ramos (RS), onde o rio apresenta um leito rochoso, bastante largo que só é todo ocupado em épocas de cheia e outro, que ocorre na reserva do Parque Estadual do Turvo, em Tenente Portela (RS), onde o rio concentra suas águas em um lado do leito, cuja margem esquerda é rebaixada. Nesse trecho, o Rio Uruguai recebe, entre outros, pela margem direita, os Rios do Peixe, Irani, Chapecó, das Antas e Peperi-Guaçu e, pela margem esquerda, os Rios Forquilha, Ligeiro, Passo Fundo, da Várzea, Guarita e Turvo. Todos se apresentam encaixados, com corredeiras e quedas d'água em seus leitos, possuindo elevado potencial energético, em grande parte já utilizado (JUSTUS, 1990).
O Rio Ibicuí com seus dois tributários ao Sul, o Santa Maria e o Ibirapuitã, juntamente com seus tributários à direita como o Toropi, Jaguari e Itu, pertencem a bacias do Uruguai. Também correndo na direção Oeste, no limite com a República do Uruguai, aparece o Rio Quaraí. O Rio Quaraí e o Rio Ibicuí com seus tributários ao sul e a parte inferior dos tributários ao Norte pertencem à região da Campanha.
Na região do Planalto, mais propriamente nas Missões, aparece com destaque o Rio Ijuí que também pertence à bacia do Uruguai.
Dentre os rios que correm para o Atlântico, os oriundos do próprio litoral, devido à sua pouca largura, ao fraco declive e à natureza dos areais, são pouco expressivos; o mais notável deles é o Rio Chuí.
De maior importância são as barras de Rio Grande e de Tramandaí. O canal de Rio Grande é o escoadouro da Lagoa dos Patos, que recebe cerca da metade das bacias hidrográficas do Estado. O Tramandaí, de maneira semelhante, embora em menor escala, recolhe as águas da vertente oceânica da Serra Geral, reunidas antes em numerosos lagos ligados entre si.
A Serra do Sudeste, hidrograficamente pertence à bacia atlântica, dirigindo todos os seus cursos de água para o escoadouro comum de Rio Grande. Sobressaem-se pelo seu volume, os Rios Jaguarão, Piratini e Camaquã. Os rios que nascem no talude norte desta serra, irão correr primeiramente para o Rio Jacuí.
O Rio Jacuí, o maior do interior do Estado, tem suas nascentes no Planalto Médio, escoando primeiramente no sentido sul e posteriormente no sentido Leste, pertencendo portanto à bacia do atlântico. Durante seu percurso para o leste recebe o Rio Taquari, com seu afluente, o Rio das Antas, que drenam respectivamente as Encostas do Nordeste e Campos de Cima da Serra.
As bacias hidrográficas atuais, da Região Sul do Brasil, aparentemente, começaram a ser implantadas no Terciário Inferior, com a instalação de condições climáticas de maior umidade. A rede de drenagem dessa região, após sua gênese e evolução, influenciada em parte pelos fatores estruturais e emoldurada pelos aspectos geomorfológicos, apresenta-se distribuída por duas grandes bacias hidrográficas: a do Paraná e a do Uruguai e por múltiplas sub-bacias de pequeno e médio portes (JUSTUS, 1990).
Bacia Hidrográfica
De acordo com VIEIRA (1984), o Rio Grande do Sul é drenado por uma densa malha hidrográfica, onde se destacam dois grandes coletores de água: o Rio Uruguai e o sistema Vacacaí-Jacuí. Uma outra distinção é para os coletores lagunares de leste.
Para efeito do presente trabalho, usou-se as 22 sub-bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul como unidades administrativas para a apresentação de resultados, aqui denominadas de Bacias Hidrográficas
A região do Planalto Médio, hidrograficamente pertence à bacia do Rio Uruguai, embora as nascentes dos Rios Taquari e Jacuí originam-se nessa região (VIEIRA, 1984).
A Bacia Hidrográfica do Uruguai, ocupando uma área de 178.235 km2 está representada pelo Rio Uruguai, seus formadores e afluentes até a confluência com o Rio Quaraí, na fronteira do Brasil com o Uruguai. O Rio Uruguai, bem como seus afluentes, a montante de Porto Lucena (RS), está muito encaixado, apresentando-se sinuoso e com curvas meandrantes. Apresenta, também, dois estreitamentos no leito, um a jusante de Marcelino Ramos (RS), onde o rio apresenta um leito rochoso, bastante largo que só é todo ocupado em épocas de cheia e outro, que ocorre na reserva do Parque Estadual do Turvo, em Tenente Portela (RS), onde o rio concentra suas águas em um lado do leito, cuja margem esquerda é rebaixada. Nesse trecho, o Rio Uruguai recebe, entre outros, pela margem direita, os Rios do Peixe, Irani, Chapecó, das Antas e Peperi-Guaçu e, pela margem esquerda, os Rios Forquilha, Ligeiro, Passo Fundo, da Várzea, Guarita e Turvo. Todos se apresentam encaixados, com corredeiras e quedas d'água em seus leitos, possuindo elevado potencial energético, em grande parte já utilizado (JUSTUS, 1990).
O Rio Ibicuí com seus dois tributários ao Sul, o Santa Maria e o Ibirapuitã, juntamente com seus tributários à direita como o Toropi, Jaguari e Itu, pertencem a bacias do Uruguai. Também correndo na direção Oeste, no limite com a República do Uruguai, aparece o Rio Quaraí. O Rio Quaraí e o Rio Ibicuí com seus tributários ao sul e a parte inferior dos tributários ao Norte pertencem à região da Campanha.
Na região do Planalto, mais propriamente nas Missões, aparece com destaque o Rio Ijuí que também pertence à bacia do Uruguai.
Dentre os rios que correm para o Atlântico, os oriundos do próprio litoral, devido à sua pouca largura, ao fraco declive e à natureza dos areais, são pouco expressivos; o mais notável deles é o Rio Chuí.
De maior importância são as barras de Rio Grande e de Tramandaí. O canal de Rio Grande é o escoadouro da Lagoa dos Patos, que recebe cerca da metade das bacias hidrográficas do Estado. O Tramandaí, de maneira semelhante, embora em menor escala, recolhe as águas da vertente oceânica da Serra Geral, reunidas antes em numerosos lagos ligados entre si.
A Serra do Sudeste, hidrograficamente pertence à bacia atlântica, dirigindo todos os seus cursos de água para o escoadouro comum de Rio Grande. Sobressaem-se pelo seu volume, os Rios Jaguarão, Piratini e Camaquã. Os rios que nascem no talude norte desta serra, irão correr primeiramente para o Rio Jacuí.
O Rio Jacuí, o maior do interior do Estado, tem suas nascentes no Planalto Médio, escoando primeiramente no sentido sul e posteriormente no sentido Leste, pertencendo portanto à bacia do atlântico. Durante seu percurso para o leste recebe o Rio Taquari, com seu afluente, o Rio das Antas, que drenam respectivamente as Encostas do Nordeste e Campos de Cima da Serra.
As bacias hidrográficas atuais, da Região Sul do Brasil, aparentemente, começaram a ser implantadas no Terciário Inferior, com a instalação de condições climáticas de maior umidade. A rede de drenagem dessa região, após sua gênese e evolução, influenciada em parte pelos fatores estruturais e emoldurada pelos aspectos geomorfológicos, apresenta-se distribuída por duas grandes bacias hidrográficas: a do Paraná e a do Uruguai e por múltiplas sub-bacias de pequeno e médio portes (JUSTUS, 1990).
Bacia Hidrográfica
De acordo com VIEIRA (1984), o Rio Grande do Sul é drenado por uma densa malha hidrográfica, onde se destacam dois grandes coletores de água: o Rio Uruguai e o sistema Vacacaí-Jacuí. Uma outra distinção é para os coletores lagunares de leste.
Para efeito do presente trabalho, usou-se as 22 sub-bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul como unidades administrativas para a apresentação de resultados, aqui denominadas de Bacias Hidrográficas
Economia
Economia do Rio Grande do Sul
A economia do Estado é baseada na agricultura (soja, trigo, arroz e milho), na pecuária e na indústria (de couro e calçados, alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química). Há que ressaltar o surgimento de pólos tecnológicos importantes no Estado na década de 1990 e no início do século XXI, nas áreas petroquímica e de tecnologia da informação. A industrialização do Rio Grande do Sul está elevando sua participação no PIB brasileiro, trazendo investimento, mão-de-obra e infra-estrutura para o Estado. Atualmente, o Rio Grande do Sul está em quarto lugar na lista de estados mais ricos do Brasil.
A economia do Rio Grande do Sul é bastante diversificada, atua em diferentes atividades econômicas, é isso que leva o Estado a ocupar um lugar de destaque no cenário nacional. As principais atividades estão na agricultura, pecuária e indústria. A primeira destaca-se na produção de soja, trigo, arroz, milho, tabaco, mandioca, amendoim, erva-mate, batata, maçã, uva, laranja e pêssego. A segunda se estabelece como um grande criador de bovinos, suínos, aves e ovinos. A terceira tem desenvolvimento paralelamente ligado à produção agropecuária, embora não seja a única. A indústria no Rio Grande do Sul representa 1/3 da economia local, desse modo, o setor industrial se envolve nos seguintes setores: produtos alimentícios, química, petroquímica, material de transporte, metalúrgica, tabaco, vestuário, mobiliaria, papel, madeira, têxtil, couro, borracha e calçados. Características gerais do Rio Grande do Sul: Participação no PIB nacional: 8,1%. Composição do PIB estadual: Agropecuária: 16,3% Indústria: 42,6%, Prestação de serviços: 41,1%. Volume de exportação e produtos Calçados: 18,1%, Soja e derivados: 14,2%, Fumo: 13,6%, Veículos e peças: 8,1%, Carnes e congelados: 7,21%, Petroquímicos: 6,8%, Couros e peles: 5,3%
Economia exportadora
A economia gaúcha é muito equilibrada. O Estado é um tradicional exportador, contribuindo com mais de 11% da receita cambial obtida pelo Brasil. Os seus principais produtos de exportação são os calçados - que têm no Vale do Sinos, região polarizada por Novo Hamburgo, uma das maiores concentrações industriais desse gênero em todo o mundo -, o complexo soja (grão, farelo e óleo), fumo, carne, couro, produtos químicos e automotivos. O Estado também é o maior produtor de grãos do Brasil, com destaque para a soja e arroz; de fumo e vinho.No segmento pecuário a criação bovina é uma das mais desenvolvidas, enquanto detém o maior rebanho de ovinos, aves e suínos. O setor industrial é um dos mais diversificados.O Pólo Petroquímico situado na cidade de Triunfo é o mais moderno e competitivo da América Latina. Com sua central de matérias-primas (Copesul) privatizada nos últimos anos, iniciou um grande investimento de US$ 1 bilhão, que resultará em sua duplicação, proporcionando o surgimento de mais quatro unidades de segunda geração e grandes perspectivas para o desenvolvimento da terceira geração no Estado.A produtividade da mão-de-obra local também é uma das mais altas do país, graças a um grande complexo de universidades (há 79 instituições de ensino superior no Estado), escolas técnicas profissionalizantes e a um intenso trabalho de formação profissional desenvolvido por instituições privadas ligadas à indústria, com destaque para o Senai.
A economia do Estado é baseada na agricultura (soja, trigo, arroz e milho), na pecuária e na indústria (de couro e calçados, alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química). Há que ressaltar o surgimento de pólos tecnológicos importantes no Estado na década de 1990 e no início do século XXI, nas áreas petroquímica e de tecnologia da informação. A industrialização do Rio Grande do Sul está elevando sua participação no PIB brasileiro, trazendo investimento, mão-de-obra e infra-estrutura para o Estado. Atualmente, o Rio Grande do Sul está em quarto lugar na lista de estados mais ricos do Brasil.
A economia do Rio Grande do Sul é bastante diversificada, atua em diferentes atividades econômicas, é isso que leva o Estado a ocupar um lugar de destaque no cenário nacional. As principais atividades estão na agricultura, pecuária e indústria. A primeira destaca-se na produção de soja, trigo, arroz, milho, tabaco, mandioca, amendoim, erva-mate, batata, maçã, uva, laranja e pêssego. A segunda se estabelece como um grande criador de bovinos, suínos, aves e ovinos. A terceira tem desenvolvimento paralelamente ligado à produção agropecuária, embora não seja a única. A indústria no Rio Grande do Sul representa 1/3 da economia local, desse modo, o setor industrial se envolve nos seguintes setores: produtos alimentícios, química, petroquímica, material de transporte, metalúrgica, tabaco, vestuário, mobiliaria, papel, madeira, têxtil, couro, borracha e calçados. Características gerais do Rio Grande do Sul: Participação no PIB nacional: 8,1%. Composição do PIB estadual: Agropecuária: 16,3% Indústria: 42,6%, Prestação de serviços: 41,1%. Volume de exportação e produtos Calçados: 18,1%, Soja e derivados: 14,2%, Fumo: 13,6%, Veículos e peças: 8,1%, Carnes e congelados: 7,21%, Petroquímicos: 6,8%, Couros e peles: 5,3%
Economia exportadora
A economia gaúcha é muito equilibrada. O Estado é um tradicional exportador, contribuindo com mais de 11% da receita cambial obtida pelo Brasil. Os seus principais produtos de exportação são os calçados - que têm no Vale do Sinos, região polarizada por Novo Hamburgo, uma das maiores concentrações industriais desse gênero em todo o mundo -, o complexo soja (grão, farelo e óleo), fumo, carne, couro, produtos químicos e automotivos. O Estado também é o maior produtor de grãos do Brasil, com destaque para a soja e arroz; de fumo e vinho.No segmento pecuário a criação bovina é uma das mais desenvolvidas, enquanto detém o maior rebanho de ovinos, aves e suínos. O setor industrial é um dos mais diversificados.O Pólo Petroquímico situado na cidade de Triunfo é o mais moderno e competitivo da América Latina. Com sua central de matérias-primas (Copesul) privatizada nos últimos anos, iniciou um grande investimento de US$ 1 bilhão, que resultará em sua duplicação, proporcionando o surgimento de mais quatro unidades de segunda geração e grandes perspectivas para o desenvolvimento da terceira geração no Estado.A produtividade da mão-de-obra local também é uma das mais altas do país, graças a um grande complexo de universidades (há 79 instituições de ensino superior no Estado), escolas técnicas profissionalizantes e a um intenso trabalho de formação profissional desenvolvido por instituições privadas ligadas à indústria, com destaque para o Senai.
Cultura
A Cutura Riograndense
As Lendas do Rio Grande do Sul
A antropologia considera a lenda como um excelente material de estudo. Uma da razões está no fato de ela expressar nitidamente uma hierarquização de valores e elementos mais importantes do cotidiano do povo que a engendrou.O Rio Grande do Sul é rico em lendas. O caldeamento das etnias que forjaram o povo gaúcho enriqueceu o repertório de nossa gente. De geração em geração elas foram repetidas. Crianças atentas escutaram velhos campeiros, negras escravas ou a "vovó", contando estórias e lendas.Nossos índios, em sua simplicidade, buscavam explicar seus usos e costumes, flores e animais, rios, lagos, através de contos que se tornaram lendas.Mas entre todas, a que mais se tornou conhecida, é sem dúvida, Negrinho do Pastoreiro , recolhida por Simões Lopes Neto. Nestes tempos em que vivemos, não é demais lembrarmos aos mais novos o conteúdo exato.
A Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem.Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite.Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valosenormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivessecoragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para oresto da vida.Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vivetambém a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numadas cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu.
A Origem do Mate, segundo os jesuítas
Um dia Cristo desceu à terra, acompanhado por São João e São Pedro, e veio ter às selvas americanas. Depois de um penoso viajar pelas florestas sem fim, encontrou - perdido no fundo dos bamburrais - o rancho de um velho índio que ali morava em companhia de sua filha, jovem de deslumbrante formosura. Os três viajantes foram muito bem recebidos, e Jesus resolveu premiar aquela franca hospitalidade que encontrara no rancho do selvícola. Indagando-lhe o que mais desejava em sua vida, recebeu esta resposta:- Senhor! Anhangá tomou conta dos corações humanos: as guerras incendeiam os campos de minha terra, e não há mais tranqüilidade nas tabas de meu povo. Vencedores, os guerreiros não poupam os vencidos: os homens são trucidados e as mulheres jovens são arrastadas a satisfazer os mais baixos instintos. Por isso, fugi de minha tribo e vim enterrar-me no escuro das florestas. Não por salvar-me, que pouco me resta viver. Mas para afastar minha filha das garras do pecado. Sei que em breve morrerei, e o que mais me acabrunha é pensar que a deixarei desprotegida, novamente exposta à fúria das paixões. Assim, Senhor, se alguma cousa me fosse dado pedir, eu pediria uma eterna proteção à alma de minha filha. Que ela fosse eternamente bondosa, eternamente pura, eternamente linda:
Respondeu Jesus:- Se Anhangá hoje impera em tuas selvas, podes crer que o Deus-do-bem voltará a estender seu manto de paz sobre a taba de teus irmãos. As selvas se encherão de cânticos e as almas se encherão de luz. É o Deus-do-Bem que me envia para proteger teu povo... Tu, que foste bom, generoso e hospitaleiro, mereces ser recompensado. Farei de tua filha aquilo que me pedes. Símbolo da bondade, ela retribuirá o mal com o bem: aos que quiserem roubar as delícias do seu corpo, premiará com a fartura nos ranchos. E nenhuma força será capaz de abatê-la, pois por mais que a queiram aniquilar, sempre haverá de renascer, triunfante, trazendo força e inteligência aos homens de tua raça. Tua filha será eternamente linda e eternamente pura, pois. transformá-la-ei na mais linda e mais pura das árvores; linda no contorno das folhagens e pura no manto verdejante que lhe descerá até os pés. Tua filha será eternamente linda, eternamente pura e bondosa... E Deus a transformou na erva-mate...SÂO TOMÉ NA AMÉRICA Quando, em 1624, os padres Montoga e Mendonza fundaram a vila de Encarnación, importante missão jesuítica posteriomente destruída, tiveram curiosidade em saber o que pensavam os selvícolas a respeito do mate, bebida que já constituía um hábito característico do Paraguai. Tiveram por resposta que a erva-mate lhes servia de alimento e remédio desde o dia em que Pai-Zumé, um estranho personagem que há muito tempo estivera naquelas tabas, lhes ensinara como aproveitar as folhas da caá (que até então julgavam venenosas), e como lhes usufruir os efeitos medicinais. Contavam também os indígenas que Zumé era um homem poderoso: as selvas brutas conservavam intacto o caminho por onde ele passara, desde o Tibagi até o Piquiri; e às margens deste rio, Zumé havia deixado, numa pedra, o sinal de seus pés - testemunho eterno de sua passagem por aquelas terras.Os dois jesuítas logo aliaram a figura de Zumé à pessoa de São Tomé, o apóstolo que provavelmente teria visitado o continente americano pregando a doutrina de Cristo. A versão cristianizada da lenda logo se espalhou entre as populações brancas, e em breve era voz corrente que a erva-mate havia sido descoberta e bendita pelas mãos de São Tomé. Isto é o que vamos encontrar em muitos livros da época, a iniciar-se pelo “Tratado sobre o uso do mate no Paraguai”, escrito pelo licenciado Diego Zevallos em meados do século XVII e publicado em Lima no ano de 1667.Lozano, no capítulo VIII de sua “História de la Conquista del Paraguay”, também se refere a São Tomé, narrando que durante uma terrível peste que assolara as tribos guaranis, foi aquele santo o salvador do gentio, ensinando-lhes como preparar a erva-mate, eficaz remédio contra aquela epidemia e muitas outras doenças.A peste foi vencida, e a milagrosa bebida, cujo uso se generalizara por todas as tabas guaranis, continuou a prestar inúmeros benefícios. E por muito tempo os selvícolas guardaram na memória a figura daquele bom Zumé, que um dia, apesar das súplicas e protestos gerais, teve de deixar as terras do Paraguai.Santo Tomé les responde:“Os tengo que abandonarPorque Cristo me ha mandadoOtras tierras visitar.En recuerdo de mi estadaUna merced os he de dar,Que es la yerba paraguayaQue por mi bendicta está”.Santo Tomé entró en el rioY en peana de cri talLa aguas se lo llevaronA las l anuras del mar.Los indios, de zu partidaNo se pueden consolar,y a Diós sempre están pidiendoQue vuelva Santo Tomás.(Trecho extraído do livro "História do Chimarrão", de Barbosa Lessa, publicado em 1a. edição pelo Departamento de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo e editado posteriormente em 2a. edição pela Livraria Sulina.
Lenda da Erva Mate
Havia um velho índio da nação Guarani que já não poderia ir à floresta a fim de caçar e enfrentar o jaguar, e nem poderia ir à guerra, porque as pernas não mais o ajudavam.O índio velho vivia, num canto da cabana. E era cuidado carinhosamente por uma filha solteira, bonita, que se chamava Yari. Certo dia, chegou um viajante que foi muito bem tratado pelo ansião guarani e por sua linda filha Yari. Na hora de dormir, Yari cantou como uma pomba rola, a fim de que o viajante repousasse no melhor dos sonos. Quando este despertou, grato, ao reiniciar a caminhada, confessou ser um emissário do Deus Tupã e quis oferecer como recompensa a seus hospedeiros o que este lhe pedissem, fosse o que fosse. O velho guerreiro, pensando na filha, pediu que o mago lhe desse algo capaz de lhe restituir as forças, para que Yari, livre de lhe dar cuidados pudesse enfim casar, cobiçada como era pelos valentes da tribo. O enviado de Tupã entregou então ao velho índio,um rama da árvore de Caá, para o ancião tirar dele a seiva , beber em infusão de água e ficar forte de novo, o que aconteceu. E a Yari foi entregue a divindade dos ervais e o dom de protetora da raça Guarani. A bela donzela passou, então a ser chamada de Caá -Yari, a deusa da erva mate.Fonte: Revista Vida
Os 10 mandamentos do chimarrão
1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...
O gaúcho
O Gaúcho em seu traje típico usa. Usa bombacha, que são calções largos apertados acima dos tornozelos por meio de botões, um lenço amarrado ao pescoço, um poncho franjado volteando-lhe o ombro e no cinturão largo de couro com bolsos (guaiaca), guarda dinheiro, armas, etc. Suas botas têm esporas e seu chapéu é de abas largas sendo preso ao queixo por um laço de couro, o barbicacho.
Para laçar animais em campo aberto, mais especificamente o gado, usa o laço ou a boleadeira que é constituía de três esferas de pedra ou de ferro, forradas de couro e ligadas entre si por meio de cordas de couro.
A mulher gaúcha é chamada de prenda e seu traje é um simples vestido de chita ou algodão, usando sempre um lenço amarrado ao pescoço. Nas danças gaúchas encontramos a influência marcante dos portugueses e a dos espanhóis, pouco se notando a influência africana. As principais danças são : Chula, Pericom, Tirana, Anu, Chimarrita e Pezinho.
O Pezinho, de origem portuguesa, é a mais popular e é dançada por pares. Nela, o gaúcho usa o traje típico do campeiro enquanto seu chapéu repousa nas costas. A prenda usa saia longa rodada e cheia de babados.
Faz trança nos cabelos e os enfeita com flores. Estando o couro e a prata ligados aos costumes dos gaúchos, destacam-se como atividade artesanal : A cuia do chimarrão, a boleadeira, e o trabalho em couro das selarias.
Origem da palavra Gaúcho
(origem: História Ilustrada do Rio Grande do Sul - CEEE)
No início, quando toda a atividade se resumia à extração do couro do gado selvagem, os habitantes do pampa eram designados como guascas, palavra que significa tira de couro cru.Só mais tarde, por volta de 1770, de acordo com o historiador argentino Emilio Coni, vai aparecer o termo gaudério, aplicado aos "aventureiros paulistas que desertavam das tropas regulares para se tornarem coureadores e ladrões de gado".Considerado pioneiro nas pesquisas sobre o tema, Coni afirma que a expressão "gaúcho" torna-se corrente nos documentos a partir de 1790 como sinônimo de gaudério e também para designar os ladrões de gado que atuavam nos dois lados da fronteira.O pesquisador uruguaio Fernando Assunção informa ter encontrado em 1771 uma correspondência ao governador Vertiz, de Buenos Aires, pedindo providências contra "alguns gahuchos" que andavam assaltando estâncias e roubando na região.Uma coisa é certa: até a metade do século dezenove, o termo gaúcho era ainda depreciativo, "aplicado aos mestiços de espanhol e português com as índias guaranis e tapes missioneiras". Saint Hilaire, nos seus minuciosos apontamentos de 1820, ainda menciona "esses homens sem religião nem moral, na maioria índios ou mestiços que os portugueses designavam pe
As Lendas do Rio Grande do Sul
A antropologia considera a lenda como um excelente material de estudo. Uma da razões está no fato de ela expressar nitidamente uma hierarquização de valores e elementos mais importantes do cotidiano do povo que a engendrou.O Rio Grande do Sul é rico em lendas. O caldeamento das etnias que forjaram o povo gaúcho enriqueceu o repertório de nossa gente. De geração em geração elas foram repetidas. Crianças atentas escutaram velhos campeiros, negras escravas ou a "vovó", contando estórias e lendas.Nossos índios, em sua simplicidade, buscavam explicar seus usos e costumes, flores e animais, rios, lagos, através de contos que se tornaram lendas.Mas entre todas, a que mais se tornou conhecida, é sem dúvida, Negrinho do Pastoreiro , recolhida por Simões Lopes Neto. Nestes tempos em que vivemos, não é demais lembrarmos aos mais novos o conteúdo exato.
A Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na praça principal da aldeia.Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que usava como copo.Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa moura encantada jamais tocada por homem.Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para sempre.Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a noite.Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles passaram a noite.No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado.Como o crime era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da igreja que ele tinha profanado.No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valosenormes, rasgando tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele para as barrancas do rio Uruguai.Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. E lá foram morar, os dois.Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivessecoragem de entrar lá, passasse 7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para oresto da vida.Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do Rio Grande do Sul. Ah, ali vivetambém a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numadas cabeças do Cerro e pula uma elevação para outra. Muita gente viu.
A Origem do Mate, segundo os jesuítas
Um dia Cristo desceu à terra, acompanhado por São João e São Pedro, e veio ter às selvas americanas. Depois de um penoso viajar pelas florestas sem fim, encontrou - perdido no fundo dos bamburrais - o rancho de um velho índio que ali morava em companhia de sua filha, jovem de deslumbrante formosura. Os três viajantes foram muito bem recebidos, e Jesus resolveu premiar aquela franca hospitalidade que encontrara no rancho do selvícola. Indagando-lhe o que mais desejava em sua vida, recebeu esta resposta:- Senhor! Anhangá tomou conta dos corações humanos: as guerras incendeiam os campos de minha terra, e não há mais tranqüilidade nas tabas de meu povo. Vencedores, os guerreiros não poupam os vencidos: os homens são trucidados e as mulheres jovens são arrastadas a satisfazer os mais baixos instintos. Por isso, fugi de minha tribo e vim enterrar-me no escuro das florestas. Não por salvar-me, que pouco me resta viver. Mas para afastar minha filha das garras do pecado. Sei que em breve morrerei, e o que mais me acabrunha é pensar que a deixarei desprotegida, novamente exposta à fúria das paixões. Assim, Senhor, se alguma cousa me fosse dado pedir, eu pediria uma eterna proteção à alma de minha filha. Que ela fosse eternamente bondosa, eternamente pura, eternamente linda:
Respondeu Jesus:- Se Anhangá hoje impera em tuas selvas, podes crer que o Deus-do-bem voltará a estender seu manto de paz sobre a taba de teus irmãos. As selvas se encherão de cânticos e as almas se encherão de luz. É o Deus-do-Bem que me envia para proteger teu povo... Tu, que foste bom, generoso e hospitaleiro, mereces ser recompensado. Farei de tua filha aquilo que me pedes. Símbolo da bondade, ela retribuirá o mal com o bem: aos que quiserem roubar as delícias do seu corpo, premiará com a fartura nos ranchos. E nenhuma força será capaz de abatê-la, pois por mais que a queiram aniquilar, sempre haverá de renascer, triunfante, trazendo força e inteligência aos homens de tua raça. Tua filha será eternamente linda e eternamente pura, pois. transformá-la-ei na mais linda e mais pura das árvores; linda no contorno das folhagens e pura no manto verdejante que lhe descerá até os pés. Tua filha será eternamente linda, eternamente pura e bondosa... E Deus a transformou na erva-mate...SÂO TOMÉ NA AMÉRICA Quando, em 1624, os padres Montoga e Mendonza fundaram a vila de Encarnación, importante missão jesuítica posteriomente destruída, tiveram curiosidade em saber o que pensavam os selvícolas a respeito do mate, bebida que já constituía um hábito característico do Paraguai. Tiveram por resposta que a erva-mate lhes servia de alimento e remédio desde o dia em que Pai-Zumé, um estranho personagem que há muito tempo estivera naquelas tabas, lhes ensinara como aproveitar as folhas da caá (que até então julgavam venenosas), e como lhes usufruir os efeitos medicinais. Contavam também os indígenas que Zumé era um homem poderoso: as selvas brutas conservavam intacto o caminho por onde ele passara, desde o Tibagi até o Piquiri; e às margens deste rio, Zumé havia deixado, numa pedra, o sinal de seus pés - testemunho eterno de sua passagem por aquelas terras.Os dois jesuítas logo aliaram a figura de Zumé à pessoa de São Tomé, o apóstolo que provavelmente teria visitado o continente americano pregando a doutrina de Cristo. A versão cristianizada da lenda logo se espalhou entre as populações brancas, e em breve era voz corrente que a erva-mate havia sido descoberta e bendita pelas mãos de São Tomé. Isto é o que vamos encontrar em muitos livros da época, a iniciar-se pelo “Tratado sobre o uso do mate no Paraguai”, escrito pelo licenciado Diego Zevallos em meados do século XVII e publicado em Lima no ano de 1667.Lozano, no capítulo VIII de sua “História de la Conquista del Paraguay”, também se refere a São Tomé, narrando que durante uma terrível peste que assolara as tribos guaranis, foi aquele santo o salvador do gentio, ensinando-lhes como preparar a erva-mate, eficaz remédio contra aquela epidemia e muitas outras doenças.A peste foi vencida, e a milagrosa bebida, cujo uso se generalizara por todas as tabas guaranis, continuou a prestar inúmeros benefícios. E por muito tempo os selvícolas guardaram na memória a figura daquele bom Zumé, que um dia, apesar das súplicas e protestos gerais, teve de deixar as terras do Paraguai.Santo Tomé les responde:“Os tengo que abandonarPorque Cristo me ha mandadoOtras tierras visitar.En recuerdo de mi estadaUna merced os he de dar,Que es la yerba paraguayaQue por mi bendicta está”.Santo Tomé entró en el rioY en peana de cri talLa aguas se lo llevaronA las l anuras del mar.Los indios, de zu partidaNo se pueden consolar,y a Diós sempre están pidiendoQue vuelva Santo Tomás.(Trecho extraído do livro "História do Chimarrão", de Barbosa Lessa, publicado em 1a. edição pelo Departamento de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo e editado posteriormente em 2a. edição pela Livraria Sulina.
Lenda da Erva Mate
Havia um velho índio da nação Guarani que já não poderia ir à floresta a fim de caçar e enfrentar o jaguar, e nem poderia ir à guerra, porque as pernas não mais o ajudavam.O índio velho vivia, num canto da cabana. E era cuidado carinhosamente por uma filha solteira, bonita, que se chamava Yari. Certo dia, chegou um viajante que foi muito bem tratado pelo ansião guarani e por sua linda filha Yari. Na hora de dormir, Yari cantou como uma pomba rola, a fim de que o viajante repousasse no melhor dos sonos. Quando este despertou, grato, ao reiniciar a caminhada, confessou ser um emissário do Deus Tupã e quis oferecer como recompensa a seus hospedeiros o que este lhe pedissem, fosse o que fosse. O velho guerreiro, pensando na filha, pediu que o mago lhe desse algo capaz de lhe restituir as forças, para que Yari, livre de lhe dar cuidados pudesse enfim casar, cobiçada como era pelos valentes da tribo. O enviado de Tupã entregou então ao velho índio,um rama da árvore de Caá, para o ancião tirar dele a seiva , beber em infusão de água e ficar forte de novo, o que aconteceu. E a Yari foi entregue a divindade dos ervais e o dom de protetora da raça Guarani. A bela donzela passou, então a ser chamada de Caá -Yari, a deusa da erva mate.Fonte: Revista Vida
Os 10 mandamentos do chimarrão
1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...
O gaúcho
O Gaúcho em seu traje típico usa. Usa bombacha, que são calções largos apertados acima dos tornozelos por meio de botões, um lenço amarrado ao pescoço, um poncho franjado volteando-lhe o ombro e no cinturão largo de couro com bolsos (guaiaca), guarda dinheiro, armas, etc. Suas botas têm esporas e seu chapéu é de abas largas sendo preso ao queixo por um laço de couro, o barbicacho.
Para laçar animais em campo aberto, mais especificamente o gado, usa o laço ou a boleadeira que é constituía de três esferas de pedra ou de ferro, forradas de couro e ligadas entre si por meio de cordas de couro.
A mulher gaúcha é chamada de prenda e seu traje é um simples vestido de chita ou algodão, usando sempre um lenço amarrado ao pescoço. Nas danças gaúchas encontramos a influência marcante dos portugueses e a dos espanhóis, pouco se notando a influência africana. As principais danças são : Chula, Pericom, Tirana, Anu, Chimarrita e Pezinho.
O Pezinho, de origem portuguesa, é a mais popular e é dançada por pares. Nela, o gaúcho usa o traje típico do campeiro enquanto seu chapéu repousa nas costas. A prenda usa saia longa rodada e cheia de babados.
Faz trança nos cabelos e os enfeita com flores. Estando o couro e a prata ligados aos costumes dos gaúchos, destacam-se como atividade artesanal : A cuia do chimarrão, a boleadeira, e o trabalho em couro das selarias.
Origem da palavra Gaúcho
(origem: História Ilustrada do Rio Grande do Sul - CEEE)
No início, quando toda a atividade se resumia à extração do couro do gado selvagem, os habitantes do pampa eram designados como guascas, palavra que significa tira de couro cru.Só mais tarde, por volta de 1770, de acordo com o historiador argentino Emilio Coni, vai aparecer o termo gaudério, aplicado aos "aventureiros paulistas que desertavam das tropas regulares para se tornarem coureadores e ladrões de gado".Considerado pioneiro nas pesquisas sobre o tema, Coni afirma que a expressão "gaúcho" torna-se corrente nos documentos a partir de 1790 como sinônimo de gaudério e também para designar os ladrões de gado que atuavam nos dois lados da fronteira.O pesquisador uruguaio Fernando Assunção informa ter encontrado em 1771 uma correspondência ao governador Vertiz, de Buenos Aires, pedindo providências contra "alguns gahuchos" que andavam assaltando estâncias e roubando na região.Uma coisa é certa: até a metade do século dezenove, o termo gaúcho era ainda depreciativo, "aplicado aos mestiços de espanhol e português com as índias guaranis e tapes missioneiras". Saint Hilaire, nos seus minuciosos apontamentos de 1820, ainda menciona "esses homens sem religião nem moral, na maioria índios ou mestiços que os portugueses designavam pe
Dança gaúcha
DANÇA GAÚCHA E INFLUÊNCIAS
As gaúchas são as mais coreográficas danças brasileiras e são marcadas pela influência das culturas espanhola, portuguesa e francesa. As danças gaúchas estão impregnadas do verdadeiro sabor campesino do Rio Grande do Sul; são legítimas expressões da alma gauchesca. Em todas elas está presente o espírito de fidalguia e de respeito à mulher, que sempre caracterizou o campesino riograndense. Ás vezes, também, a dança gaúcha é caracterizada por movimentos e sapateados fortes e até violentos. Em seus volteios exige grande esforço dos dançarinos, chegando em alguns casos, apresentar-se como um desafio de perícia, agilidade e audácia.
ANÚ
Dança típica do fandango gaúcho, o Anú divide-se em duas partes totalmente distintas: uma parte cantada e outra sapateada. Aproxima-se bastante da “quero-mana”, principalmente pelo passeio cerimonioso que os pares realizam. O período em que o Anú gozou de maior popularidade, no Rio Grande do Sul, foi em meados do século passado. A partir daí , tal como ocorreu com as demais danças do fandango, foi cedendo lugar às danças de conjunto que surgiam, ou se amoldou às características dessa nova geração coreográfica: daí haverem surgido variantes como o Anú de cadena, com nítida influência das danças platinas sob o comando. O Anú é legítima dança de pares soltos, mas não independentes. É dança grave (na parte cantada e nos passos cerimoniosos) mas ao mesmo tempo viva e algo pantomímica (na parte sapateada e nas evoluções que os homens apresentam). Há um marcante que ordena as figuras e sapateados. Cada figura pode ser mandada repetir pelo marcante, à voz de “outra vez que ainda não vi”.
BALAIO
O Balaio é brasileiro da gema e procede do nordeste, assevera Augusto Meyer em seu guia do folclore gaúcho. Do ponto de vista musical, o balaio guarda nitidamente a feição de nossos velhos Lundús, aqueles mesmos que criaram no nordeste do Brasil, o baião. Nas estrofes de seu canto, outrossim, o Balaio relembra quadrilhas dos sertanejos, não faltando siquer um redundante “não quero balaio, não” bem estranho ao linguajar gauchesco. Constitui uma dança bastante popular em toda a campanha do Rio Grande do Sul. O nome Balaio origina-se do aspecto de cesto que as prendas dão a suas saias, quando o cantador diz: “moça que não tem balaio, bota a costura no chão”. A esta última voz, as prendas giram rapidamente sobre os calcanhares e se abaixam, fazendo com que o vento se embolse nas saias. O Balaio, tal como se tornou popular no Rio Grande do Sul, apresenta uma simbiose bastante curiosa, realmente excepcional. Trata-se de dança sapateada, e ao mesmo tempo, dança de conjunto. A coreografia divide-se em duas partes (que correspondem às duas partes do canto): o sapateio e o girar de duas rodas concêntricas, constituídas por homens e outra por mulheres. O sapateio é uma decorrência das danças sapateadas puras, de pares soltos e independentes. A formação de rodas que giram é originária da conhecidíssima figura da quadrilha “dames ao milieu, chevaliers ao tour”, a qual se encontra presente em danças regionais de todo o mundo ocidental.
CANA VERDE
A Cana Verde chegou de Portugal e se tornou popular em vários estados brasileiros. Naturalmente foi adquirindo cores locais, em cada região e desta forma produzindo variantes da dança-origem. A coreografia apresentada pelo grupo Aruanda é a mais difundida no nordeste e litoral do Rio Grande do Sul.
CARANGUEJO
Esta dança já foi popular em todo o País, porém, atualmente, concentrou-se no Sul. A sua coreografia apresenta-se por cumprimentos entre os dançarinos e balanceios; evolução originária da quadrilha européia.
CHIMARRITA
Dança popular em Açores, Portugal. Trazida pelos açorianos na metade do século XIX. Nos países platinos é conhecida por Chamané. No Rio Grande do Sul é conhecida também por limpa banco,pois ninguém consegue ficar sentado ao ouvir a sua melodia. Inicialmente era uma dança de pares enlaçados, com influências dos xotes e das valsas. Atualmente os pares dançam soltos, ora numa direção ora noutra, em filas e me roda. Em outros momentos executam passos de polca, bailando juntos.
CHIMARRITA ALAZÃO
Quando os colonos açorianos, na Segunda metade do século XVIII, trouxeram ao Rio Grande do Sul a “Chimarrita”, esta dança era então popular no arquipélago do Açores e na ilha da madeira. Desde a sua chegada a este estado do sul, a “Chimarrita” foi se amoldando às subseqüentes gerações coreográficas e chegou mesmo a adotar em princípios de nosso século a forma de dança de pares enlaçados, como um misto de valsa e xotes. Do Rio Grande do Sul, (e de Santa Catarina), a dança passou ao Paraná, ao estado de São Paulo, bem como às províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios, onde ainda hoje são populares as variantes “Chimarrita” e “Chamané”. A corruptela chimarrita foi a denominação mais usual dessa dança, entre os campeiros do sul. Em seu feitio tradicional, a Chimarrita é dança de pares em fileiras opostas. As fileiras se cruzam, se afastam em direções contrárias e tornam a se aproximar, lembrando as evoluções de certas danças tipicamente portuguesas.
CHIMARRITA BALÃO
A Chimarrita balão, é conhecida somente no litoral norte e planalto nordeste do Rio Grande do Sul. Balão foi uma dança bastante vulgarizada em Portugal no século passado, e teve, no Brasil variantes como o Balão faceiro. Não existe, a não ser na denominação, a mínima semelhança entre a Chimarrita balão e a tradicional Chimarrita. Esta dança é de pares independentes. Apresenta uma simbiose curiosa, pois engloba duas gerações coreográficas extremamente distintas: é dança de pares enlaçados (geração que se vulgarizou entre os latinos somente a partir do século passado), e, ao mesmo tempo, dança sapateada (tal geração atingiu o auge da popularidade entre os latinos, no século XVIII).
CHULA
Dança em desafio, praticada apenas por homens. A chula tem bastante semelhança com o lundu sapateado, encontrado em outros Estados brasileiros. No sul, uma vara de madeira denominada lança e medindo cerca de 4 metros de comprimento é colocada no chão, como dois ou três dançarinos dispostos cada um em suas extremidades. Ao som da gaita gaúcha, executam diferentes sapateados, avançando e recuando sobre as mesmas. Após cada seqüência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em seguida realizar uma nova seqüência, geralmente mais complicada que a do seu parceiro. Assim, vencerá o dançarino que perder o ritmo, encostar na vara ou não conseguir realizar a seqüência coreográfica desafiada pelo anterior.
MAÇANICO
Essa dança por suas características coreográficas parece ser portuguesa. Com o nome de Maçanico, surgiu no Estado de Santa Catarina e daí passou ao nordeste e litoral do Rio Grande do Sul. O nome constitui uma corruptela de maçarico, ave do sul do País.
PEZINHO
O Pezinho constitui uma das mais simples e ao mesmo tempo uma das mais belas danças gaúchas. A melodia do Pezinho, muito popular em Portugal e nos Açores, veio a gozar de intensa popularidade no litoral dos estados brasileiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os gaúchos, a música do Pezinho amoldou-se à instrumentação típica, e adquiriu, graças a cordiona, mais vivacidade e alegria, ao mesmo tempo em que a coreografia se amoldou ao espírito da gente do litoral riograndense. É necessário frizar que o Pezinho é a única dança popular riograndense em que todos os dançarinos obrigatoriamente cantam, não se limitando portanto, a simples execução da coreografia. O Pezinho pertence a uma geração coreográfica especial, que se apresenta duas figuras características: na primeira figura, há uma marcação de pés e na segunda, os pares giram em redor de si próprios, tomados pelo braço. Desta forma o Pezinho riograndense é irmão da Raspa mexicana, do Chilbelri francês, do Herr-schimidt alemão, etc...Em relação à sua estouvada irmã mexicana e a seus robustos e desatinados irmãos europeus, o Pezinho sobressai pela ingenuidade com que fala e com que age. Sua ingenuidade e sua ternura é que fizeram a dança predileta dos tradicionalistas riograndenses.
TIRANA DO LENÇO
A Tirana do Lenço denota sua integração na região coreográfica das danças sapateadas, de par solto, não só pelos passos e sapateados, como principalmente pela mímica amorosa que caracterizou tal geração e que se resume num movimento de aproximação, fuga e encontro final dos dois dançarinos. Essa, era executada normalmente por um casal de dançarinos, mais as vezes por dois ou mais pares; nesse caso , então as figuras se sucediam sob o comando, de modo a guardar a uniformidade original.. Um dos elementos marcantes desta dança é o lenço, usado tanto pels homens como pelas prendas.
XOTE CARREIRINHA
Coreograficamente o Chote guardou de modo geral os passos da dança de origem, mas se enriqueceu de uma série de variantes- peculiares a determinados municípios rio- grandenses onde todos executam os mesmos movimentos ao mesmo tempo.
VALSA
O compasso ternário como dança é muito antigo. Originária das danças tirolezas austríacas. Entretanto com o título de valsa somente aparece no Séc. XVII e se realiza nos bailados de óperas no Séc. XVIII. Chega ao seu apogeu no Séc. XIX com as “Valsas Vienenses” estilizadas pelos músicos e compositores das famílias Strauss.Veio para o Brasil nos fins do Séc. XVIII era conhecida "valsa figurada", trazida pelos portugueses. No Séc. XIX foi difundida e dançada a valsa de par com todas as pompas do Reino e do Império. Hoje, no sul do país a valsa ganhou seu estilo próprio, ritmo e dança. Adaptou-se aos costumes e maneiras do peão gaúcho.
CHOTE
Dança de salão originário da Hungria. O "Schottisch" invadiu a França, Alemanha e Inglaterra no Séc. XIX. Apareceu no Brasil no período Regencial e foi moda no Segundo Império. De norte a sul o chotes é uma dança muito popular, cantado ou somente em solo instrumental. É dançado em pares com três passos comuns diferentes: um e um, dois e dois ou dois e um.
No Rio Grande do Sul, além dos passos comuns, dança-se o chotes marcado e também, principalmente, entre os descendentes da imigração açoriana, dançam o chotes afigurado sem limites de passos e figuras. Em Santa Catarina também é dançado os passos comuns, chotes afigurado, chotes marcado e chotes contra-passo.No Paraná, além dos passos comuns é mais dançado o chotes marcado, ou seja: uma marcação e um valseio de um em um passo.Nas colônias de origem alemã e italiana dança-se chotes de carreirinha e chotes de quatro passos.
MILONGA
Dança argentina ao som de guitarras muito popular no Uruguai de onde entrou para o Brasil. Hoje aculturada no pampa gaúcho, faz parte do acervo musical do sul brasileiro.
Rancheira
Dança de origem árabe. Trazida e estilizada na Argentina. No rio Grande do Sul o ritmo é mais vivo e a coreografia mais saltitante, estilo popular.
VANERA
Habanera ou Havanera - dança e canto popular originária de Havana - Cuba. Ritmo em 2/4 sendo o primeiro tempo forte e bem acentuado. Músicas populares em quase todos os países espanam americana.No Rio Grande do Sul foi muito usada pelas Bandas das colônias de imigração italiana. Nos campos, os gaiteiros gaúchos denominavam de "vanera" e fez deste ritmo o mais amplo repertório para animação de fandangos, bailantas e festas gauchescas.
BUGIO
"BUGIU" de Bugio - ritmo gaúcho de origem muito remota - fins do Séc. XIX. Dança de peões com chinas indígenas, sob qualquer som musical da época. No início do Séc. XX já era dançado ao som de gaitas de botão, mas ainda como dança não social. Na década de 50 o bugiu foi requintado com arranjos de gaitas apianadas e na década de 60 passou a Ter letra própria enfocando a presença do macaco bugio no contexto da letra. Hoje o Bugiu é dança de salão e deu origem a grandes festivais como "Ronco do Bugiu" em São Francisco de Paula e "Querência do Bugiu" em São Francisco de Assis.
As gaúchas são as mais coreográficas danças brasileiras e são marcadas pela influência das culturas espanhola, portuguesa e francesa. As danças gaúchas estão impregnadas do verdadeiro sabor campesino do Rio Grande do Sul; são legítimas expressões da alma gauchesca. Em todas elas está presente o espírito de fidalguia e de respeito à mulher, que sempre caracterizou o campesino riograndense. Ás vezes, também, a dança gaúcha é caracterizada por movimentos e sapateados fortes e até violentos. Em seus volteios exige grande esforço dos dançarinos, chegando em alguns casos, apresentar-se como um desafio de perícia, agilidade e audácia.
ANÚ
Dança típica do fandango gaúcho, o Anú divide-se em duas partes totalmente distintas: uma parte cantada e outra sapateada. Aproxima-se bastante da “quero-mana”, principalmente pelo passeio cerimonioso que os pares realizam. O período em que o Anú gozou de maior popularidade, no Rio Grande do Sul, foi em meados do século passado. A partir daí , tal como ocorreu com as demais danças do fandango, foi cedendo lugar às danças de conjunto que surgiam, ou se amoldou às características dessa nova geração coreográfica: daí haverem surgido variantes como o Anú de cadena, com nítida influência das danças platinas sob o comando. O Anú é legítima dança de pares soltos, mas não independentes. É dança grave (na parte cantada e nos passos cerimoniosos) mas ao mesmo tempo viva e algo pantomímica (na parte sapateada e nas evoluções que os homens apresentam). Há um marcante que ordena as figuras e sapateados. Cada figura pode ser mandada repetir pelo marcante, à voz de “outra vez que ainda não vi”.
BALAIO
O Balaio é brasileiro da gema e procede do nordeste, assevera Augusto Meyer em seu guia do folclore gaúcho. Do ponto de vista musical, o balaio guarda nitidamente a feição de nossos velhos Lundús, aqueles mesmos que criaram no nordeste do Brasil, o baião. Nas estrofes de seu canto, outrossim, o Balaio relembra quadrilhas dos sertanejos, não faltando siquer um redundante “não quero balaio, não” bem estranho ao linguajar gauchesco. Constitui uma dança bastante popular em toda a campanha do Rio Grande do Sul. O nome Balaio origina-se do aspecto de cesto que as prendas dão a suas saias, quando o cantador diz: “moça que não tem balaio, bota a costura no chão”. A esta última voz, as prendas giram rapidamente sobre os calcanhares e se abaixam, fazendo com que o vento se embolse nas saias. O Balaio, tal como se tornou popular no Rio Grande do Sul, apresenta uma simbiose bastante curiosa, realmente excepcional. Trata-se de dança sapateada, e ao mesmo tempo, dança de conjunto. A coreografia divide-se em duas partes (que correspondem às duas partes do canto): o sapateio e o girar de duas rodas concêntricas, constituídas por homens e outra por mulheres. O sapateio é uma decorrência das danças sapateadas puras, de pares soltos e independentes. A formação de rodas que giram é originária da conhecidíssima figura da quadrilha “dames ao milieu, chevaliers ao tour”, a qual se encontra presente em danças regionais de todo o mundo ocidental.
CANA VERDE
A Cana Verde chegou de Portugal e se tornou popular em vários estados brasileiros. Naturalmente foi adquirindo cores locais, em cada região e desta forma produzindo variantes da dança-origem. A coreografia apresentada pelo grupo Aruanda é a mais difundida no nordeste e litoral do Rio Grande do Sul.
CARANGUEJO
Esta dança já foi popular em todo o País, porém, atualmente, concentrou-se no Sul. A sua coreografia apresenta-se por cumprimentos entre os dançarinos e balanceios; evolução originária da quadrilha européia.
CHIMARRITA
Dança popular em Açores, Portugal. Trazida pelos açorianos na metade do século XIX. Nos países platinos é conhecida por Chamané. No Rio Grande do Sul é conhecida também por limpa banco,pois ninguém consegue ficar sentado ao ouvir a sua melodia. Inicialmente era uma dança de pares enlaçados, com influências dos xotes e das valsas. Atualmente os pares dançam soltos, ora numa direção ora noutra, em filas e me roda. Em outros momentos executam passos de polca, bailando juntos.
CHIMARRITA ALAZÃO
Quando os colonos açorianos, na Segunda metade do século XVIII, trouxeram ao Rio Grande do Sul a “Chimarrita”, esta dança era então popular no arquipélago do Açores e na ilha da madeira. Desde a sua chegada a este estado do sul, a “Chimarrita” foi se amoldando às subseqüentes gerações coreográficas e chegou mesmo a adotar em princípios de nosso século a forma de dança de pares enlaçados, como um misto de valsa e xotes. Do Rio Grande do Sul, (e de Santa Catarina), a dança passou ao Paraná, ao estado de São Paulo, bem como às províncias argentinas de Corrientes e Entre-Rios, onde ainda hoje são populares as variantes “Chimarrita” e “Chamané”. A corruptela chimarrita foi a denominação mais usual dessa dança, entre os campeiros do sul. Em seu feitio tradicional, a Chimarrita é dança de pares em fileiras opostas. As fileiras se cruzam, se afastam em direções contrárias e tornam a se aproximar, lembrando as evoluções de certas danças tipicamente portuguesas.
CHIMARRITA BALÃO
A Chimarrita balão, é conhecida somente no litoral norte e planalto nordeste do Rio Grande do Sul. Balão foi uma dança bastante vulgarizada em Portugal no século passado, e teve, no Brasil variantes como o Balão faceiro. Não existe, a não ser na denominação, a mínima semelhança entre a Chimarrita balão e a tradicional Chimarrita. Esta dança é de pares independentes. Apresenta uma simbiose curiosa, pois engloba duas gerações coreográficas extremamente distintas: é dança de pares enlaçados (geração que se vulgarizou entre os latinos somente a partir do século passado), e, ao mesmo tempo, dança sapateada (tal geração atingiu o auge da popularidade entre os latinos, no século XVIII).
CHULA
Dança em desafio, praticada apenas por homens. A chula tem bastante semelhança com o lundu sapateado, encontrado em outros Estados brasileiros. No sul, uma vara de madeira denominada lança e medindo cerca de 4 metros de comprimento é colocada no chão, como dois ou três dançarinos dispostos cada um em suas extremidades. Ao som da gaita gaúcha, executam diferentes sapateados, avançando e recuando sobre as mesmas. Após cada seqüência realizada, o outro dançarino deverá repeti-la e em seguida realizar uma nova seqüência, geralmente mais complicada que a do seu parceiro. Assim, vencerá o dançarino que perder o ritmo, encostar na vara ou não conseguir realizar a seqüência coreográfica desafiada pelo anterior.
MAÇANICO
Essa dança por suas características coreográficas parece ser portuguesa. Com o nome de Maçanico, surgiu no Estado de Santa Catarina e daí passou ao nordeste e litoral do Rio Grande do Sul. O nome constitui uma corruptela de maçarico, ave do sul do País.
PEZINHO
O Pezinho constitui uma das mais simples e ao mesmo tempo uma das mais belas danças gaúchas. A melodia do Pezinho, muito popular em Portugal e nos Açores, veio a gozar de intensa popularidade no litoral dos estados brasileiros de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Entre os gaúchos, a música do Pezinho amoldou-se à instrumentação típica, e adquiriu, graças a cordiona, mais vivacidade e alegria, ao mesmo tempo em que a coreografia se amoldou ao espírito da gente do litoral riograndense. É necessário frizar que o Pezinho é a única dança popular riograndense em que todos os dançarinos obrigatoriamente cantam, não se limitando portanto, a simples execução da coreografia. O Pezinho pertence a uma geração coreográfica especial, que se apresenta duas figuras características: na primeira figura, há uma marcação de pés e na segunda, os pares giram em redor de si próprios, tomados pelo braço. Desta forma o Pezinho riograndense é irmão da Raspa mexicana, do Chilbelri francês, do Herr-schimidt alemão, etc...Em relação à sua estouvada irmã mexicana e a seus robustos e desatinados irmãos europeus, o Pezinho sobressai pela ingenuidade com que fala e com que age. Sua ingenuidade e sua ternura é que fizeram a dança predileta dos tradicionalistas riograndenses.
TIRANA DO LENÇO
A Tirana do Lenço denota sua integração na região coreográfica das danças sapateadas, de par solto, não só pelos passos e sapateados, como principalmente pela mímica amorosa que caracterizou tal geração e que se resume num movimento de aproximação, fuga e encontro final dos dois dançarinos. Essa, era executada normalmente por um casal de dançarinos, mais as vezes por dois ou mais pares; nesse caso , então as figuras se sucediam sob o comando, de modo a guardar a uniformidade original.. Um dos elementos marcantes desta dança é o lenço, usado tanto pels homens como pelas prendas.
XOTE CARREIRINHA
Coreograficamente o Chote guardou de modo geral os passos da dança de origem, mas se enriqueceu de uma série de variantes- peculiares a determinados municípios rio- grandenses onde todos executam os mesmos movimentos ao mesmo tempo.
VALSA
O compasso ternário como dança é muito antigo. Originária das danças tirolezas austríacas. Entretanto com o título de valsa somente aparece no Séc. XVII e se realiza nos bailados de óperas no Séc. XVIII. Chega ao seu apogeu no Séc. XIX com as “Valsas Vienenses” estilizadas pelos músicos e compositores das famílias Strauss.Veio para o Brasil nos fins do Séc. XVIII era conhecida "valsa figurada", trazida pelos portugueses. No Séc. XIX foi difundida e dançada a valsa de par com todas as pompas do Reino e do Império. Hoje, no sul do país a valsa ganhou seu estilo próprio, ritmo e dança. Adaptou-se aos costumes e maneiras do peão gaúcho.
CHOTE
Dança de salão originário da Hungria. O "Schottisch" invadiu a França, Alemanha e Inglaterra no Séc. XIX. Apareceu no Brasil no período Regencial e foi moda no Segundo Império. De norte a sul o chotes é uma dança muito popular, cantado ou somente em solo instrumental. É dançado em pares com três passos comuns diferentes: um e um, dois e dois ou dois e um.
No Rio Grande do Sul, além dos passos comuns, dança-se o chotes marcado e também, principalmente, entre os descendentes da imigração açoriana, dançam o chotes afigurado sem limites de passos e figuras. Em Santa Catarina também é dançado os passos comuns, chotes afigurado, chotes marcado e chotes contra-passo.No Paraná, além dos passos comuns é mais dançado o chotes marcado, ou seja: uma marcação e um valseio de um em um passo.Nas colônias de origem alemã e italiana dança-se chotes de carreirinha e chotes de quatro passos.
MILONGA
Dança argentina ao som de guitarras muito popular no Uruguai de onde entrou para o Brasil. Hoje aculturada no pampa gaúcho, faz parte do acervo musical do sul brasileiro.
Rancheira
Dança de origem árabe. Trazida e estilizada na Argentina. No rio Grande do Sul o ritmo é mais vivo e a coreografia mais saltitante, estilo popular.
VANERA
Habanera ou Havanera - dança e canto popular originária de Havana - Cuba. Ritmo em 2/4 sendo o primeiro tempo forte e bem acentuado. Músicas populares em quase todos os países espanam americana.No Rio Grande do Sul foi muito usada pelas Bandas das colônias de imigração italiana. Nos campos, os gaiteiros gaúchos denominavam de "vanera" e fez deste ritmo o mais amplo repertório para animação de fandangos, bailantas e festas gauchescas.
BUGIO
"BUGIU" de Bugio - ritmo gaúcho de origem muito remota - fins do Séc. XIX. Dança de peões com chinas indígenas, sob qualquer som musical da época. No início do Séc. XX já era dançado ao som de gaitas de botão, mas ainda como dança não social. Na década de 50 o bugiu foi requintado com arranjos de gaitas apianadas e na década de 60 passou a Ter letra própria enfocando a presença do macaco bugio no contexto da letra. Hoje o Bugiu é dança de salão e deu origem a grandes festivais como "Ronco do Bugiu" em São Francisco de Paula e "Querência do Bugiu" em São Francisco de Assis.
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