segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Culinária do Rio Grande do sul

A culinária do Rio Grande do Sul tem como tradição a carne de charque, o churrasco e as influências sofridas pela Imigração italiana no Brasil e alemã ocorrida durante o século XIX. Da mistura entre a comida indígena, portuguesa e espanhola e do homem do campo surge a chamada cozinha da Campanha e, com características mais urbana, a cozinha da região missioneira.

O charque
Antigamente, o atual território do Rio Grande do Sul era habitado pelos índios, os guaranis, que viviam da caça e da pesca. Ocupavam as margens da lagoa dos Patos, o litoral norte e as bacias dos rios Jacuí e Ibicuí incluindo a região noroeste; os pampeanos, que ocupavam a região sul e sudoeste e os gês, talvez os mais antigos habitantes no lado oriental do rio Uruguai. Como tentativa de retirar os índios da mata para poder catequizá-los, os jesuítas introduziram no Estado o gado. Os índios passaram então a tomar conta do rebanho, que era criado solto, e comer sua carne tendo sempre farta comida a sua disposição e em troca aprendiam com os jesuítas a cultura européia e construíam casas, surgiram assim as missões.
Com a entrada dos tropeiros de São Paulo e Minas Gerais no Sul, os índios foram caçados e levados como escravos e os jesuítas voltaram para a Europa. O gado, como era criado solto, continuou a se reproduzir e se espalhar pelo sul do continente, pois não havia um predador para caçá-lo.
Quando os tropeiros voltaram para o Rio Grande do Sul havia milhares desses animais, o gado selvagem. Começaram, então, a matá-los para lhes extrair o couro crú, que era levado e vendido nos outros Estados. Para conservarem a carne que sobrava e a usarem como alimento em suas longas viagens, os tropeiros começaram a conservá-la rolando-a em sal grosso para desidratá-la surgindo assim o charque.
Sauerkraut com salsichas
Colonização alemã
Imigrantes alemães fixaram-se na região sul a partir de 1824, instalaram-se em pequenas propriedades rurais, diversificando a economia. No começo, os alemãs ocuparam a região do Vale do Sinos, entretanto, após a guerra dos farrapos, foram se separando e fundando colônias nas margens de alguns rios. Os colonos passaram a produzir alimentos até então não cultivados no Brasil, como por exemplo a batata, o que lhes conferiu o apelido de alemães batateiros.
Churrasco dos pampas
No Rio Grande do Sul, o churrasco tradicional é feito em pedaços de carne muito grandes e em fogo de lenha no chão. Os espetos de madeira são cravados no chão, na diagonal e perto do fogo. Dali se tiram lascas das partes externas mais assadas, enquanto as mais internas ficam assando.
O fogo deve ser aceso bem antes do horário de servir as carnes, para se obter um braseiro parelho e forte, com mais brasas do que fogo. Enquanto o fogo é feito, pode-se preparar aperitivos para amigos e família. No sul, o churrasco se come recém saído da brasa, na tábua do assador, aos nacos, com farinha ou molhos, bem ou mal passado, conforme o gosto. Mas há quem preferira seu próprio prato, completando-o com saladas e polenta frita, por exemplo.

A cozinha Gaudéria
A cozinha gauchesca é rica, variada e desconhecida. O gaúcho campeiro é essencialmente um devorador de carne, com pratos preparados com carne de boi, ovelha, porco e galinha, com exceção do morador da região litorânea, e evidentemente na Semana Santa, quando são feitos os pratos à base de peixes, e o gaúcho se torna pescador em rios e lagoas, visto que de quarta-feira em diante, nesta semana, substitui a carne pelo pescado, retornando às suas origens alimentares com o tradicional cordeiro assado no Domingo de Páscoa.

A cozinha gaúcha conta com mais de uma centena de pratos típicos, sofrendo a influência da colônia alemã e da italiana. Curiosamente, não existe relação com a culinária de origem portuguesa, indígena ou castelhana.

Apesar de rica e variada, não podemos nos esquecer que este era o alimento do gaúcho de bota, bombacha e cavalo na dura lida campeira. Hoje, grande parte dos gaúchos trocou o "pingo" pelo automóvel, o laço do dia a dia pelo esporte no piquete de laçadores, a atividade de carnear pelo balcão do açougue, e fizemos a terrível descoberta do colesterol...

Principais Pontos Turistícos

Canela - Chocolate e inverno mais rigoroso do que no resto do País transformam o lugar em um dos mais procurados nas estações mais frias do ano. No verão, a ordem é praticar esportes de aventura com alternativas para todos os gostos: do rafting ao ciclismo.







Caxias do Sul - Em meio a vales, parreirais e antigas casinhas, Caxias do Sul tem inverno rigoroso que é enfrentado com comidas tradicionais e muito vinho. Aliás, a cidade promove anualmente a Festa Nacional da Uva e do Vinho há mais de 70 anos.







Gramado - Situada no coração da Serra Gaúcha, Gramado lembra as cidades européias na arquitetura e no inverno frio, além de ser sede de um célebre festival de cinema latino-americano. Contudo, engana-se quem pensa que o turismo de Gramado acontece apenas no inverno, pois a região é destaque como pólo de roteiros de aventura. Não deixe de passear de pedalinho no Lago Negro e visitar as lojas das confecções locais.




Nova Petrópolis - Localizada na região das Hortênsias, Nova Petrópolis é uma típica cidade de imigrantes alemães que preservam até hoje sua cultura. A qualidade de seu clima e suas belezas naturais exuberantes contribuem para a cidade ser muito procurada por adeptos do ecoturismo.








Novo Hamburgo - A capital nacional do calçado é um o destino mais indicado para quem deseja fazer compras e conhecer um pouco da cultura alemã tão popular entre seus habitantes. A cozinha típica regional é outro destaque de Novo Hamburgo, que tem um grande número de restaurantes.







Porto Alegre - Quem visita Porto Alegre é surpreendido quando a paisagem de cidade do interior perde espaço para a efervescência cultural da vida noturna da capital. Durante o dia, a sugestão é passear pelo centro histórico, visitar mirantes e parques, antes de provar o tradicional churrasco gaúcho. Para prosseguir com o passeio cultural, basta visitar qualquer um dos 26 museus de Porto Alegre. À noite, as ruas se transformam em redutos de diversão, onde centenas de pessoas se divertem em danceterias e restaurantes.